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segunda-feira, 29 de novembro de 2010



"(...)Por isso eu acho que a gente se engana, às vezes. Aparece uma pessoa qualquer e então tu vai e inventa uma coisa que na realidade não é. E tu vai vivendo aquilo, porque não agüenta o fato de estar sozinho. "

(Caio Fernando Abreu)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010


"Agora decidi. Não dá mais. Há uns seis meses praticamente não saio de casa, detesto tudo, perdi o contato com as pessoas, fico vivendo uma vida toda pra dentro, lendo, escrevendo, ouvindo música o tempo todo. Daí, então, vou em busca de um pouco de Sol (em todos os sentidos).(...)" 

(Caio Fernando Abreu)

domingo, 21 de novembro de 2010



— Eu quero me matar.
(silêncio)
— Eu estou apaixonada.
— Você quer se matar porque está apaixonada?
— Acho que sim.
— Mas você só tem dezesseis anos.
— E o que que tem? Não sei quem foi que disse que a gente devia se
matar na adolescência, quando as coisas ainda são bonitas.
— As coisas não são bonitas?
— Não. Odeio cada pedra desta cidade. Cada porta. Cada casa. Cada
cara que passa por mim na rua. Odeio, odeio. Mas não se mate.
(silencio)
— Por favor.
— Por favor o quê?
— Não se mate.
— Ah, esquece. O sol está indo embora. Só falta um terço dele.
— Ninguém se mata por amor.
— Agora só tem uma lasquinha dele, bem vermelha.
— Olha, uma vez eu li um cara, um escritor chamado Cesare Pavese,
que dizia assim: “Ninguém se suicida por amor. Suicida-se porque o amor, não importa
qual seja, nos revela na nossa nudez, na nossa miséria, no nosso estado desarmado, no nosso
nada.”

— E o que aconteceu com ele, esse tal Cesare?
— Se matou.
(silêncio).



(Caio Fernando Abreu)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010


''Bom, feliz talvez ainda não. Mas tenho assim.. aquela coisa.. como era mesmo o nome? Aquela coisa antiga, que fazia a gente esperar que tudo desse certo, sabe qual?
- Esperança? Não me diga que você está com esperança!?
- Estou, estou.''


(Caio Fernando Abreu). 

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

"Nada em mim foi covarde, nem mesmo as desistências: desistir, ainda que não pareça, foi meu grande gesto de coragem."

(Caio Fernando Abreu)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010


"Quando ameaça doer demais: Invente uma boa abobrinha e ria, feito louco, feito idiota, ria até que o que parece trágico perca o sentido e fique tão ridículo que só sobra mesmo a vontade de dar uma boa gargalhada." 

(Caio Fernando Abreu).


quinta-feira, 4 de novembro de 2010

"Eu te amei muito. Nunca disse, como você também não disse, mas acho que você soube. Pena que as grandes e as cucas confusas não saibam amar. Pena também que a gente se envergonhe de dizer, a gente não devia ter vergonha do que é bonito. Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas — se um dia a gente se encontrar de novo, em amor, eu direi delas, caso contrário não será preciso. Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha — e tenho — pra você. Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim.”

(Caio Fernando Abreu)

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

'Penso, com mágoa, que o relacionamento da gente sempre foi um tanto unilateral. Sei lá, não quero ser injusto nem nada - apenas me ferem muito esses teus silêncios.'

(Caio Fernando Abreu).

" Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'. Pois esse impulso ás vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como 'estou contente outra vez' "

(Caio Fernando Abreu)