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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Abençoadas sejam as surpresas risonhas do caminho! (Ana Jácomo)


"Quero fim de ano, pés descalços na areia, a brisa do mar, fim de
tarde tranquilo, música boa, sem relógio, despertador ou qualquer coisa que me
mostre o tempo passando. Quero sair de noite olhar pro céu e ver estrelas, ter
tempo pra ver como a lua é bela, observar pessoas, rir, chorar, pensar, viver,
cantar, sentir. Preciso de um tempo, preciso me reencontrar em novos caminhos e
preciso disso agora."

(Caio Fernando Abreu)


- Feliz 2011 para todos! QUE SEJA DOCE ♥

domingo, 26 de dezembro de 2010


“A gente finge que arruma o guarda-roupa, arruma o quarto, arruma a bagunça. Tira aquele tanto de coisa que não serve, porque ocupar espaço com coisas velhas não dá. As coisas novas querem entrar, tanta coisa bonita nas lojas por aí. Mas a gente nunca tira tudo. Sempre as esconde aqui, esconde ali, finge para si mesmo que ainda serve. A gente sabe. Que tá curta, pequeno, apertado. É que a gente queria tanto. Tanto. Acredito que arrumar a bagunça da vida é como arrumar a bagunça do quarto. Tirar tudo, rever roupas e sapatos, experimentar e ver o que ainda serve, jogar fora algumas coisas, outras separar para doação. Isso pode servir melhor para outra pessoa. Hora de deixar ir. Alguém precisa mais do que você. Se livrar. Deixar pra trás. Algumas coisas não servem mais. Você sabe. Chega. Porque guardar roupa velha dentro da gaveta é como ocupar o coração com alguém que não lhe serve. Perca de espaço, tempo, paciência e sentimento. Tem tanta gente interessante por aí querendo entrar. Deixa. Deixa entrar: na vida, no coração, na cabeça.”

(Caio Fernando Abreu) 

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010


"(...)Amanhã a meia-noite volto a nascer. Você também. Que seja suave, perfumado nosso parto entre ervas na manjedoura. Que sejamos doces com nossa mãe Gaia, que anda morrendo de morte matada por nós. Façamos um brinde a todas as coisas que o Senhor pôs na Terra para o nosso deleite e terror. Brindemos à Vida – talvez seja esse o nome daquele cara e não o que você imaginou. Embora sejam iguais. Sinônimos, indissociáveis. Feliz, feliz Natal. Merecemos(...)"


 (Caio Fernando Abreu)

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

"Ainda bem que sempre existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outros amores. E outras pessoas. E outras coisas... "


(Caio Fernando Abreu)





segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

'Esperar dói. Esquecer dói.
Mas não saber se deve esperar ou esquecer é a pior das dores.' 




(Caio Fernando Abreu) 

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

"Que te dizer? Que te amo, que te esperarei um dia na rodoviária, num aeroporto, que te acredito, que consegues mexer dentro-dentro de mim? É tão pouco. Não te preocupa. O que acontece é sempre natural - se a gente tiver que se encontrar, aqui ou na China, a gente se encontra. Penso em você principalmente como minha possibilidade de paz - a única que pintou até agora, “nesta minha vida de retinas fatigadas”. E te espero. E te curto todos os dias. E te gosto. Muito."

(Caio Fernando Abreu)

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Dor é assim mesmo, arde, depois passa. Que bom. Aliás, a vida é assim: arde, depois passa. Que pena, a gente acha que nao vai aguentar, mas aguenta : as dores da vida. Agora está insuportável, agora você queria abrir o zíper, sair do corpo, encarnar numa samambaia, virar um paralelepípedo ou qualquer coisa inanimada, anestesiada, silenciosa. Mas agora ja passou. Agora ja são dez segundos depois da frase passada. Sua dor já é dez segundos menor do que duas linhas atrás. Você acha que não, porque esperar uma dor passar é como olhar um transatlântico no mar estando na praia. Ele parece parado, mas aí você desvia o olhar, lê uma revista, conversa com suas amigas, toma um sorvete e quando vê o barco já está longe.
A sua dor agora, essa fogueira na sua barriga, essa sensação de que pegaram sua traquéia e seu estômago e torceram como uma toalha molhada, isso tudo - é difícil de acreditar, eu sei - vai virar só uma memória, um pequeno ponto negro diluído num imenso mar de memórias. Levanta dai, vai conversar com as suas amigas, tomar um sorvete e quando você ver, passou.



(Caio Fernando Abreu)



sábado, 11 de dezembro de 2010

"E se eu mudasse meu destino num passe de mágica? (...) Estranho, mas é sempre como se houvesse por trás do livre-arbítrio um roteiro fixo, pré-determinado, que não pode ser violado."


(Caio Fernando Abreu)

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010


' Tenho amigos tão bonitos, ninguém suspeita... mas sou uma pessoa muito rica! ' 
(Caio Fernando Abreu)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

"Gosto de pensar que quem já morreu fica num lugar quentinho, que a gente não vê, cuidando de quem ainda não morreu. E se você quiser agradar a essa pessoa, é só fazer coisas que ela gostava. Aí ela fica ainda mais quentinha e cuida ainda melhor da gente." 

(Caio Fernando Abreu).






'Este vazio de amor todos os dias: a cabeça pesada ao meio-dia, a boca amarga, um cheiro de sono e solidão nos cabelos, uma xícara de café bem forte espantando os arcanos da madrugada, e muitos cigarros, as roupas, o espelho, os colares, as pulseiras. Procuro e não acho. Mas saio para a rua todo de roxo, a barriga de fora.'




(Caio Fernando Abreu)

domingo, 5 de dezembro de 2010


"A vida tem caminhos estranhos, tortuosos às vezes difíceis: um simples gesto involuntário pode desencadear todo um processo. Sim, existir é incompreensível e excitante. As vezes que tentei morrer foi por não poder suportar a maravilha de estar vivo e de ter escolhido ser eu mesmo e fazer aquilio que eu gosto - mesmo que muitos não compreendam ou não aceitem." 

(Caio Fernando Abreu)

Então fingirás – aplicadamente, fingirás acreditar que no próximo ano tudo será diferente, que as coisas sempre se renovam.
Embora saibas que há perdas realmente irreparáveis e que um braço amputado jamais se reconstituirá sozinho.
Achando graça, pensarás com inveja na lagartixa, regenerando sua própria cauda cortada. Mas no espelho cru, os teus olhos já não acham graça.


(Caio Fernando Abreu)

sábado, 4 de dezembro de 2010


"Era sábado à noite, quase verão, pela cidade havia tantos shows e peças teatrais e bares repletos e festas e pré-estréias em sessões de meia-noite e gente se encontrando e motos correndo e tão difícil renunciar a tudo isso para permanecer no apartamento lendo, espiando pela janela a alegria alheia" 

(Caio Fernando Abreu)



"Hoje queria a casa só pra mim e desfrutar da companhia de boas músicas e uma boa bebida!" 



(Caio Fernando Abreu)